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A história dos movimentos antivacinas

 O BAIRRO INFORMA

15 janeiro 2022

Por Matheus Soares Luz dos Santos

8ºA

  

A história dos movimentos antivacina pelo mundo

Movimento antivacina não é nada novo; desde seu surgimento no século 18, seus apoiadores têm sido vocais, às vezes organizando protestos em massa.

A pandemia de covid-19 gerou protestos antivacinação em muitos países ao redor do mundo.

Historicamente, o movimento de oposição à vacina não é nada novo. Desde o seu surgimento no século 18, opositores da vacina têm se manifestado, às vezes organizando protestos em massa.

Confira a seguir como os anti vaxxers evoluíram desde a primeira vacina até os dias atuais e qual foi o impacto disso nos acontecimentos mundiais.


Varíola, uma doença terrível

A história do movimento antivacina, de fato, é anterior ao desenvolvimento dos primeiros imunizantes e está associada a epidemias de varíola.

Nos tempos antigos, a simples visão de pacientes com varíola causava medo e pânico. Era uma doença perigosa.

Taxa de mortalidade da varíola é de 20% a 30%

Espalhado por gotículas líquidas, o vírus da varíola causa febre, náuseas e vômitos, formando abscessos purulentos (pústulas) na pele e nas mucosas.

O vírus morre fora do corpo humano e, uma vez infectados, os sobreviventes desenvolvem imunidade para sempre.

No Japão, uma epidemia de varíola durante os anos de 735-737 matou cerca de 35% da população.

Por volta dessa época, a varíola se espalhou para o mundo árabe e de lá para a Europa. No século 16, os espanhóis trouxeram a varíola para a América, onde ela causou mortes em massa entre os povos indígenas.

Por volta da Idade Média, alguns povos africanos e asiáticos praticavam a "variolação" para se proteger da varíola. Funcionava assim: eles pegavam o pus de alguém com varíola e o esfregavam na pele de uma pessoa saudável.

 

O primeiro médico e filósofo persa a diferenciar o sarampo e a varíola, foi Abu Bakr ar-Razi (864-925).

 

 

 

Prática duvidosa, de acordo com médicos

Quando uma nova epidemia de varíola atingiu a Grã-Bretanha em 1721, Lady Montagu também fez uma variação em sua filha.

A notícia se espalhou entre a aristocracia e a família real. A princesa de Gales e futura rainha da Grã-Bretanha e Irlanda, Caroline de Brandenburg-Ansbach, se interessou pelo método.

Ela aprovou um experimento: sete condenados à morte seriam libertados da prisão se aceitassem ser vacinados e sobrevivessem.

Todos os homens selecionados para o experimento sobreviveram e foram libertados. Posteriormente, a princesa decidiu submeter suas duas filhas ao procedimento.

 

Vale lembrar que a inoculação não era uma prática segura. Cerca de 2-3% dos pacientes morriam após desenvolver doenças graves. Porém, considerando o alto índice de mortalidade por varíola, que pode chegar a 20-30%, muitos optaram por correr o risco e a prática se espalhou pela aristocracia.

 

Vitória dos vacinadores

Em 1801, a vacinação de Jenner chegou ao Império Russo, e em 1814, ele se encontrou pessoalmente com o imperador Alexandre 1º. A Comissão da Vacinação contra a Varíola surgiu no país no ano seguinte. No entanto, a vacinação não ganhou força na Áustria-Hungria e no Império Russo, ao permanecer opcional até a queda de ambos os impérios.

O presidente dos Estados Unidos, Thomas Jefferson, apoiou a vacinação em 1806. E sete anos depois, a Agência Nacional de Vacinas foi criada no país.

 

Vacinas contra tétano, febre tifóide e tuberculose

As vacinas contra o tétano, febre tifóide e peste surgiram na década de 1890.

As vacinas contra escarlatina, difteria, tuberculose e coqueluche foram desenvolvidas na década de 1920.

E na década de 1930 viu a invenção das vacinas contra tifo e febre amarela.

Para pelo menos parte da população, os cientistas que pesquisaram e desenvolveram as vacinas tornaram-se heróis.

 

 

Louis Pasteur observa seu assistente injetando a vacina contra a raiva. Ilustração da Scientific American, 19 de dezembro de 1885

 

Brasil

No Brasil, o medo e a desinformação sobre a imunização, além de questões políticas, foram os combustíveis para a chamada Revolta da Vacina, entre 10 e 16 de novembro de 1904.

A rebelião popular contra a vacinação obrigatória da varíola resultou em 945 prisões, 110 feridos e 30 mortos.

Mais políticos se mostraram contrários à vacinação obrigatória e as pessoas acreditam, por falta de informação, que a invasão às suas casas se tornaria algo corriqueiro — para vacinar as pessoas, os agentes de saúde tinham autorização para entrar nas casas.

 

Campanha global de vacinação da OMS

A história do movimento antivacinação se repetiu. Em 1959, a Organização Mundial da Saúde lançou uma campanha global de vacinação contra a varíola para atingir os países mais pobres da Ásia, África e América Latina. Os médicos novamente tiveram que lutar contra a oposição anti-vacinação em vários países.

 

 

Declaração 'livre de varíola'

Em 1980, a OMS declarou o mundo livre da varíola. Apesar dos apelos para que o vírus seja completamente destruído, suas amostras são armazenadas em dois laboratórios nos Estados Unidos e na Rússia.

Os anti vaxxers não negavam mais que os germes eram a origem das doenças, como seus predecessores do século 19 haviam feito. Em vez disso, se concentravam na coleta de informações sobre os riscos à saúde de certas vacinas, relatos da mídia e autoridades questionando sua eficácia e expondo as empresas farmacêuticas.

 

Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/geral-59867755

 


Atividade de finalização da 1ª rodada/2022 da área de Mídia-educação com os 8º anos. 

 

 

 


 




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